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Investigações dos EUA sobre o Pix reacendem debate sobre inovação e competitividade no setor financeiro


O Pix está sob investigação pelo governo dos Estados Unidos, que alega possíveis "práticas desleais" em um processo aberto a pedido do ex-presidente Donald Trump. Enquanto o Escritório de Comércio dos EUA (USTR) questiona supostas vantagens concedidas ao sistema brasileiro, especialistas destacam que o sucesso do Pix é fruto de uma arquitetura financeira robusta e inovadora, não de distorções de mercado.

Fred Amaral, CEO da Lerian, startup brasileira especializada em soluções open source para core banking, argumenta que o Pix é apenas a parte mais visível de um ecossistema bem estruturado:


"A arquitetura financeira brasileira é uma das mais bem construídas do mundo: aberta, escalável e, principalmente, interoperável. O Pix virou símbolo, mas é só a camada mais visível de um ecossistema sólido — pensado com rigor técnico, coordenação institucional e visão de longo prazo. Não importa se foi construído ou se é gerido por um órgão público ou privado. Importa que funciona. E os dados de adoção e usabilidade mostram exatamente isso: foi uma construção orquestrada que gerou inclusão, eficiência e escala. O problema nunca foi capacidade técnica. O problema sempre foi onde escolhem colocar essa capacidade."


Alex Tabor, CEO da Tuna Pagamentos, fintech líder em orquestração de pagamentos no Brasil, defende o método de pagamento como “a implementação brasileira de um fenômeno que já se espalha pelo mundo. Índia introduziu o UPI, o equivalente de Pix da Índia. O Banco Central brasileiro contratou a mesma empresa que fez o trabalho para Índia para criar o Pix. Mesmo os EUA criaram uma tecnologia de transferência de dinheiro parecido, chamado FedNow", conta. “Se vão fazer um argumento jurídico de concorrência desleal, vão ter que fazer em todos os outros países também. De qualquer forma, deveriam tentar baratear o custo de serviços dentro do mercado dos EUA ao invés de tentar atrapalhar as inovações em outros países que geraram uma eficiência maior”, reflete o executivo. "Toda estratégia se mantém, muitas vezes, em reserva de mercado. A reserva de mercado pode ser feita de várias maneiras. No caso da Visa e da Master, hoje elas têm uma reserva de mercado grande. Quer dizer, elas têm seus próprios arranjos, que fazem com que o sistema funcione.


Para João Jardim, CEO da JD, líder em soluções tecnológicas para o mercado financeiro, "o Pix é uma das maiores expressões de inovação financeira dos últimos tempos. Ele representa não apenas uma revolução na forma como os brasileiros realizam pagamentos, mas também um avanço técnico e institucional que coloca o Brasil na vanguarda global. O sucesso do Pix mostra como é importante democratizar o sistema de pagamentos do Brasil. 


O Pix Agendado e o recém lançado Pix Automático, por transformar a forma de pagamentos recorrentes, combinando inclusão, eficiência e escalabilidade em um sistema que beneficia consumidores, empresas e o varejo".


Marcelo Silva, CEO e Founder da Aditum, afirma que “o Pix veio quebrar essa barreira e abrir novas possibilidades, criando oportunidades de negócio e viabilizando soluções, porque muito dinheiro acaba ficando na mesa, com as empresas de cartão, as bandeiras, como Visa, Master, Elo e todas as outras , que viabilizam o fluxo financeiro para pagamentos no varejo.


Com o Pix, o varejo começou a ganhar mais dinheiro. E agora, com os outros modelos, como o Pix com recorrência e o Pix parcelado, isso tende a melhorar ainda mais e gerar mais margem para o varejo.


Na visão americana, eles estão perdendo mercado. Perder mercado por conta de uma ação governamental, como foi o Pix, criado pelo Banco Central, passa a ter uma leitura política. E isso acaba embolando os assuntos — política misturada com uma evolução financeira.


Acredito que o Pix, assim como o e-mail, o WhatsApp e outras ferramentas que estão aí, vai se consolidar, conquistar mais mercados e gerar mais recursos e receita para o varejista. Por isso, acho que a gente precisa olhar mais para o varejo e menos para a reserva de mercado dessas grandes big techs, como Meta, Master, Visa e outras."


Contexto da investigação


O PIX integra formalmente a relação de questionamentos no processo investigativo movido pelo governo americano. As alegações sugerem que a plataforma nacional receberia tratamento privilegiado em prejuízo de competidores internacionais.

Por que o PIX é um caso de sucesso?


  • Inclusão financeira: mais de 160 milhões de usuários ativos no Brasil;

  • Eficiência: transações em segundos, 24/7, com custo próximo de zero;

  • Interoperabilidade: integração entre bancos públicos, privados e fintechs sem favorecimentos.


Para Amaral, a investigação reflete menos uma preocupação com "práticas desleais" e mais uma disputa pela liderança no setor de pagamentos digitais. "Quando um modelo funciona e vira referência global, é natural que gere tensões comerciais. O PIX mostrou que é possível ter um sistema público eficiente sem fechar o mercado para a iniciativa privada", finaliza.


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