

há 2 horas
Em 2025, o setor de eventos se consagra como o maior gerador de empregos no Brasil. Uma indústria que por muito tempo foi vista como periférica ou sazonal agora assume o protagonismo econômico. Com movimentação de bilhões e geração de milhões de postos de trabalho, a engrenagem por trás de feiras, congressos, festivais, casamentos, shows e eventos corporativos se torna vital para a retomada e crescimento da economia brasileira.
A pandemia de Covid-19 devastou o setor entre 2020 e 2021. Milhares de empresas fecharam, milhões de profissionais ficaram sem renda. Mas quem sobreviveu à tempestade, se reinventou. E o resultado dessa reinvenção aparece agora com força: só no primeiro semestre de 2025, o setor movimentou mais de R$ 350 bilhões e criou quase 3 milhões de empregos diretos e indiretos, segundo dados da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape).
A resposta é uma combinação de necessidade econômica, transformação digital e fome por experiências presenciais. Veja os principais fatores:
Depois de anos trancados em casa, as pessoas passaram a valorizar mais o presencial. O consumo de experiências – e não apenas de produtos – virou prioridade. Shows, festivais, eventos esportivos e viagens se tornaram investimentos emocionais.
Empresas perceberam que eventos presenciais fortalecem marca, cultura interna e negócios. Congressos, convenções e encontros de negócios voltaram com força total, em formato híbrido e escalável.
Cada evento ativa uma cadeia que vai muito além dos palcos: fornecedores de luz e som, decoradores, seguranças, cozinheiros, técnicos, montadores, recepcionistas, comunicadores e mais. O setor é um dos maiores multiplicadores de renda local.
A pandemia forçou o setor a adotar tecnologias – e isso elevou o nível. Hoje, até um casamento pequeno usa ferramentas de gestão, inteligência de público e automação. Isso abriu portas para novos profissionais e negócios especializados.
O impacto do crescimento do setor de eventos é amplo. Beneficia tanto os grandes players quanto os profissionais autônomos e microempreendedores. Destacamos os principais grupos que estão colhendo os frutos:
Profissionais freelancers: DJs, cerimonialistas, bartenders, técnicos de iluminação e som estão com agendas lotadas.
Produtoras e agências de eventos: A demanda por organização completa de eventos corporativos e sociais explodiu.
Espaços de eventos: Casas de festa, centros de convenções e hotéis estão com ocupação recorde.
Profissionais criativos: Designers, fotógrafos, editores de vídeo, roteiristas e social medias viram a demanda disparar.
Turismo e transporte: O deslocamento para eventos impulsionou voos, ônibus, aluguel de carros e hospedagem.
Apesar da explosão de vagas, o setor enfrenta um problema sério: falta de mão de obra qualificada. Muitos profissionais migraram para outras áreas durante a pandemia e ainda não voltaram. O resultado: empresas estão tendo que treinar do zero ou disputar talentos a peso de ouro.
Investir em capacitação técnica, gestão de eventos e atendimento ao cliente virou prioridade. Cursos técnicos, workshops e até formações universitárias em produção de eventos estão em alta.
O avanço do setor também pressiona por reconhecimento oficial e políticas públicas: profissionais do setor ainda enfrentam dificuldade para acessar crédito e linhas de fomento; muitos trabalhadores atuam de forma informal, o que dificulta benefícios e proteção; e a regulamentação de eventos, alvarás e normas varia demais de cidade para cidade, o que gera insegurança jurídica.
Há iniciativas em curso, como o projeto de lei que reconhece o setor de eventos como parte estratégica da economia criativa e garante incentivos fiscais e acesso a crédito para empresas da área.
Se o ritmo atual continuar, especialistas estimam que o setor pode empregar mais de 10 milhões de pessoas até o fim de 2025. E não apenas em grandes centros: eventos regionais, festivais de cultura local e turismo de experiência estão levando desenvolvimento para o interior do país.
A inteligência artificial, realidade aumentada e novas formas de interatividade devem moldar os eventos do futuro. Mas uma coisa é certa: o presencial voltou com tudo – e, com ele, o calor humano que movimenta a economia.
O setor de eventos deixou de ser coadjuvante e se tornou protagonista no cenário econômico brasileiro em 2025. Não se trata apenas de festas ou entretenimento: estamos falando de um ecossistema que gera renda, ativa o comércio local, estimula o turismo, promove cultura e conecta pessoas. Em um país que precisa de oportunidades e inclusão produtiva, o setor de eventos é uma das maiores apostas – e, hoje, a maior realidade.
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