Crédito alternativo ganha força, desafia grandes bancos e deve redesenhar o mercado em 2026
- Fincatch
- há 5 horas
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O crédito empresarial no Brasil atravessa uma mudança importante. Dados recentes do FMI mostram que, mesmo com juros elevados, a emissão de crédito privado corporativo cresceu mais de 30% em 2024, ao mesmo tempo em que o mercado secundário de crédito privado quintuplicou de tamanho nos últimos cinco anos, segundo relatório da Abrapp.
O avanço contrasta com a desaceleração dos empréstimos bancários tradicionais, que cresceram apenas 11,5% no mesmo período, bem abaixo da demanda reprimida das empresas. Diante dessa divergência, companhias de médio e grande porte vêm buscando alternativas fora das instituições financeiras tradicionais, motivadas pela necessidade de agilidade e pela burocracia que não acompanha o ritmo dos negócios.
É nesse cenário que estruturas especializadas como o MEOBank, liderada pelo empresário Marcos Koenigkan, tem se destacado. Diferente dos grandes bancos, essas plataformas operam com times reduzidos, análise individualizada e capacidade de estruturar um financiamento em dias, não em semanas. Para empresas que precisam capitalizar expansão, reforçar caixa ou financiar projetos, tempo virou um fator tão determinante quanto taxa. “O empresário brasileiro está cansado de processos tradicionais. Hoje, quem precisa financiar expansão, comprar equipamentos ou reorganizar fluxo de caixa quer previsibilidade e velocidade. E é exatamente isso que conseguimos entregar”, afirma Koenigkan.
O movimento não é isolado. Relatórios internacionais apontam que o mercado de “alternative lending” no Brasil deve crescer, em média, 14,3% ao ano até o final de 2025, impulsionado pelo interesse de investidores institucionais por crédito privado. Isso amplia o acesso a funding para boutiques como o MEOBank, que conseguem estruturar operações sob medida, com prazos, garantias e taxas ajustadas ao perfil de cada empresa. “As companhias entenderam que não faz sentido entrar em uma fila única, com critérios padronizados. A personalização deixou de ser um luxo e virou uma necessidade de competitividade”, diz Koenigkan.
As projeções para os próximos anos reforçam essa mudança de rota. Consultorias especializadas em crédito privado estimam que o volume de operações fora do sistema bancário tradicional deve crescer entre 18% e 22% em 2026, impulsionado pelo interesse de investidores institucionais e pela maturação de plataformas independentes. A expectativa é que, até lá, ao menos um terço das operações de crédito corporativo de médio porte envolva algum tipo de estrutura alternativa, seja por boutiques de crédito ou fundos especializados. Além disso, análises de mercado apontam que a participação dos grandes bancos no crédito para empresas médias deve recuar cerca de oito pontos percentuais no período, abrindo espaço para modelos mais ágeis e customizados. Esse cenário indica que a descentralização do crédito não é apenas uma tendência, mas um realinhamento estrutural da forma como companhias brasileiras planejam seu crescimento.
Esse novo ciclo deve se intensificar até o fim do próximo ano, com uma descentralização progressiva do crédito no país. A combinação de maior digitalização, maior tendência pelo crédito privado e a busca por estruturas flexíveis tende a reduzir a dependência histórica dos grandes bancos. Para Koenigkan, trata-se de uma inflexão estrutural: “Estamos diante de um novo ciclo. O crédito não será mais dominado exclusivamente pelos bancos tradicionais. O futuro é descentralizado e adaptado à realidade de cada negócio”, finaliza.
Se confirmado, esse redesenho do mercado pode ampliar o volume de crédito disponível, aumentar a competição e consolidar de vez o papel das boutiques de crédito como protagonistas em operações médias e grandes. Para muitas empresas, isso representa a possibilidade de financiar crescimento com mais inteligência no momento exato em que o país volta a projetar aceleração econômica.
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