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Fintech é um banco digital?

Atualizado: 28 de jan. de 2022




Toda fruta é um alimento, mas nem todo alimento é uma fruta. Começamos este artigo com um conceito muito importante da matemática, sobre conjuntos. Se você não gostava de matemática, talvez esteja pensando em parar de ler este artigo, mas aproveitamos este conceito justamente para responder a pergunta: “fintech é um banco digital?”.


O que é uma fintech?


Antes de respondermos a pergunta do título, é muito importante entender, afinal de contas, o que é uma fintech. A expressão fintech foi criada a partir da junção das palavras inglesas financial (financeiro) e technology (tecnologia). Ou seja, uma fintech é representada por uma solução que une finanças e tecnologia.


De acordo com o Banco Central do Brasil, fintechs são definidas como empresas que introduzem inovações no mercado financeiro por meio do uso intenso de tecnologia, com potencial para criação de novos modelos de negócios. Elas atuam por meio de plataformas online e oferecem serviços digitais inovadores relacionados ao setor.

Existem diversas categorias de fintechs: crédito, pagamento, gestão financeira, investimento, seguro, negociação de dívidas, câmbio e multisserviços.


Apesar de ser um conceito já amplamente disseminado, não há uma definição oficial do que é uma fintech. Órgãos como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) até já criaram alguns normas sobre categorias de fintechs, como por exemplo empréstimos e investimentos, porém, não há uma definição universal sobre as fintechs.


Uma das definições importantes criada pelo Banco Central é o das Instituições de Pagamentos (IP) ou conta de pagamentos. Estas não são bancos, mas sim contas digitais que podem ser utilizadas pelos clientes para realização de saques, pagamentos de contas e transferências.


O que é um banco digital?


Desde a Babilônia já aparecia o conceito de um banco: as pessoas iam até os templos para guardarem objetos de valor. Os sacerdotes não cobravam por este “serviço”, mas podiam emprestar uma parte deles para quem precisasse, em troca de algum pagamento.


Posteriormente, com o surgimento do dinheiro, surgiram as figuras dos cambistas e dos prestamistas. Os primeiros faziam troca de moedas, enquanto os segundos faziam empréstimos.


Na Idade Média, apareceu a figura do ourives. Tratava-se de pessoas que entregavam recibos às pessoas em troca do dinheiro que elas lhes davam para guardar. E, o interessante foi que várias pessoas começaram a usar este recibo para fazer pagamentos. A partir daí foram surgindo os bancos.


Voltando para os tempos atuais, de acordo com o Banco Central, banco é um tipo de instituição financeira especializada em intermediar o dinheiro entre poupadores e aqueles que precisam de empréstimos. Além disso, ele também é responsável por custodiar (guardar) esse dinheiro e providenciar serviços aos seus clientes, como saques, investimentos e empréstimos.


Com o passar do tempo, além do dinheiro físico, começaram a aparecer as modalidades mais “digitalizadas”, como as transferências, os cartões, caixas eletrônicos, internet e mobile banking e por aí vai. Ou seja, o dinheiro começava a ganhar um aspecto cada vez mais digital.


Porém, as agências físicas, por um bom tempo, continuavam sendo extremamente necessárias para os correntistas dos bancos. Apesar de toda a digitalização, vários serviços ainda precisavam do atendimento físico para ser realizado.


Mas esta chave virou. Com o avanço da tecnologia e o crescimento das fintechs, foram aparecendo os primeiros bancos digitais, que permitiam que os correntistas tivessem contas totalmente digitais, sendo que, muitas delas, nem sequer possuíam agências físicas. Nubank, Neon, PagBank, BS2, Banco Inter, C6, Cora, Conta Simples, Linker. Estes são só alguns dos exemplos de contas totalmente virtuais. E até mesmo alguns dos bancos tradicionais passaram a disponibilizar deste tipo de conta, visto que cada vez mais as pessoas estavam procurando isso.


Inclusive, nos últimos anos, começa a ficar nítido um movimento dos bancos tradicionais com o fechamento de milhares de agências e a realocação de recursos para a parte de tecnologia.


Mas afinal de contas, fintechs são bancos digitais?


Finalmente respondendo a pergunta, e retomando a ideia dos conjuntos matemáticos, podemos dizer que os bancos digitais, por unirem soluções financeiras e tecnologia, em modelos de negócios disruptivos e inovadores, representam uma das categorias de fintechs. Porém, nem todas fintechs são bancos digitais, visto que, várias delas focam em categorias avulsas, como seguros, investimentos, crédito, câmbio, gestão financeira, pagamentos, e por aí vai!


Fintechs virando bancos digitais


Por fim, estamos vendo um movimento muito interessante, batizado de “rebundling”. Trata-se de fintechs que anteriormente atuavam com serviços específicos passando a adquirir outras fintechs ou inserir outros serviços na sua operação, tornando-se bancos digitais.


Um dos exemplos é o Nubank. O roxinho começou apenas com o cartão de crédito para pessoas físicas. Com o passar do tempo, foram sendo inseridos novos serviços, como conta digital, empréstimos e conta jurídica. A fintech adquiriu também outras fintechs, como Easynest e Spin Pay, passando a oferecer uma gama completa de serviços.

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