Fintechs aceleram entrada em 2026 com avanço do crédito alternativo e expansão dos FIDCs digitais
- Fincatch
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O uso de crédito alternativo deve ganhar força em 2026 impulsionado pelo avanço dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que seguem entre as estruturas de maior crescimento no mercado financeiro brasileiro. Segundo a Anbima, os FIDCs ultrapassaram R$520 bilhões em patrimônio líquido em 2025, mantendo um ritmo de expansão anual próximo de 15%, resultado do aumento das operações de crédito pulverizado, recebíveis e estruturas atreladas ao varejo e a serviços.
O movimento ocorre em paralelo a uma demanda crescente por capital de giro entre pequenos negócios. De acordo com o Panorama de Crédito do Sebrae publicado em 2025, 54% das micro e pequenas empresas buscaram algum tipo de financiamento ao longo do ano, impulsionadas pela necessidade de recompor caixa e financiar operações diante de custos operacionais elevados.
Esse cenário abre espaço para a expansão de soluções embarcadas em plataformas digitais, com destaque para modelos estruturados dentro do Banking as a Service (BaaS), que permitem integrar crédito, análise de risco e liquidez em ecossistemas totalmente digitais.
Para Rafael Franco, CEO da Alphacode, empresa especializada no desenvolvimento de aplicativos financeiros, o avanço dos FIDCs dentro das estruturas digitais marca uma mudança no acesso ao crédito. “As fintechs deixaram de depender exclusivamente do modelo tradicional. A incorporação de FIDCs às plataformas permite criar mecanismos mais rápidos, previsíveis e escaláveis de financiamento, com análise de risco integrada. É um caminho natural diante da necessidade crescente de liquidez entre autônomos e PMEs”, avalia.
A digitalização desses fundos também acompanha a tendência de antecipação de recebíveis, que se consolidou como uma das fontes de liquidez de menor risco do sistema. De acordo com a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), mais de 60% das empresas do setor já oferecem alternativas ao crédito bancário tradicional, incluindo operações lastreadas em recebíveis. A lógica é simples: ao antecipar valores contratados, a fintech reduz inadimplência e amplia sua capacidade de monetização sem recorrer a linhas mais caras de captação.
O avanço dos FIDCs digitais se une a outro vetor do setor, a expansão das infraestruturas BaaS. Projeções da Allied Market Research indicam que o mercado global de fintechs deve crescer a uma taxa média anual de 23% até 2028, impulsionado justamente pela integração de APIs que permitem que empresas não bancárias ofereçam crédito, contas digitais e serviços financeiros completos. “O BaaS cria o ambiente ideal para que o FIDC opere de forma inteligente. A plataforma passa a estruturar, analisar e disponibilizar crédito dentro do próprio ecossistema digital, com custos menores e maior previsibilidade”, afirma Franco.
A expectativa para 2026 é que o crédito alternativo ganhe ainda mais relevância diante da necessidade de capital de giro em um cenário de retomada gradual e custo financeiro ainda pressionado. Dados do Relatório de Economia Bancária do Banco Central referentes a 2025 mostram que a demanda por crédito entre micro e pequenas empresas avançou 9,3% no acumulado do ano, impulsionada por pressões de caixa e pela dificuldade de acessar linhas tradicionais.
A tendência reforça o papel das estruturas digitais de crédito. Nesse contexto, a combinação entre FIDCs digitais, antecipação de recebíveis e infraestruturas BaaS se consolida como uma das alternativas mais eficientes para ampliar o acesso a recursos, acelerar liquidez e dinamizar o fluxo de caixa dos pequenos negócios.
Franco destaca que a maturidade tecnológica será decisiva para as fintechs que pretendem ampliar sua atuação em crédito no próximo ciclo econômico. “Entramos em uma fase em que a eficiência operacional importa tanto quanto o capital disponível. Plataformas que estruturam bem seus fundos, automatizam a gestão de risco e oferecem crédito integrado à jornada do usuário terão vantagem competitiva clara em 2026”, conclui.
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