Fintechs + IA: A tecnologia aliada da educação financeira
- Fincatch
- 12 de mai.
- 5 min de leitura

A 12ª edição da Semana Nacional de Educação Financeira (Semana ENEF) acontece de 12 a 18 de maio de 2025 e terá como tema central “Educação Financeira para Crianças e Jovens: Preparando a Sociedade para Escolhas Conscientes”. Trata-se de uma iniciativa organizada pelo Fórum Brasileiro de Educação Financeira (FBEF) que representa um esforço coletivo pela educação financeira, securitária, previdenciária e fiscal. A iniciativa conta com a participação de instituições públicas, privadas e da comunidade escolar, com o objetivo de compartilhar conhecimentos, estimular atitudes e comportamentos e construir, desde cedo, uma base sólida para a tomada de decisões financeiras por parte de todos os brasileiros. E mais uma vez a Fincatch participa, desta vez trazendo um aspecto que tem gerado bons avanços em como os brasileiros podem controlar suas finanças: através da união de fintechs com a Inteligência Artificial (IA).
Sobre a Semana ENEF
Desde 2014, a Semana ENEF tem se consolidado como um evento nacional de referência na promoção da educação financeira, securitária, previdenciária e fiscal. Reunindo diversas iniciativas gratuitas em todo o Brasil em 2025, seu foco principal será preparar crianças, adolescentes e jovens para um futuro financeiramente mais consciente.
Durante a semana, poderão ser promovidas atividades voltadas, por exemplo, para:
Disseminação de conhecimentos básicos de finanças desde a infância;
Capacitação de educadores para tratar sobre educação financeira;
Promoção do diálogo sobre educação financeira no âmbito escolar e familiar;
Estímulo a hábitos financeiros saudáveis e escolhas responsáveis entre os jovens.
Contudo, o tema da Semana ENEF é apenas uma referência para orientar o desenvolvimento de novas ações, que não impede os participantes de abordarem outros assuntos de seu interesse – criatividade é um componente importante do sucesso dessa iniciativa. O essencial é observar as diretrizes da Estratégia Nacional de Educação Financeira (entre elas, prevalência do interesse público; atuação por meio de informação, formação e orientação; e proibição de oferta de produtos e serviços nas atividades promovidas).
A importância e os desafios do controle financeiro
Controlar as finanças pessoais é algo extremamente importante. Para ilustrar isso, vamos utilizar um exemplo de uma outra área, mas que acaba tendo uma correlação muito grande com o controle das finanças. Em 2014, São Paulo sofreu a pior crise hídrica de sua história. Naquele momento, chamou-se a atenção o estado que o Cantareira, maior sistema administrado pela Sabesp destinado à captação e tratamento de água para a região da Grande São Paulo (e um dos maiores do mundo). Em cenários “normais”, o Cantareira dava a impressão de ter água infinita, porém, naquele momento, a seca fez o local parecer um deserto!
E porque estamos falando de água? Por tanto a água como o dinheiro devem ser compreendidos como recursos escassos e finitos, ou seja, que se não forem bem administrados podem acabar. Existem diversos casos de ex-vencedores de reality shows, ganhadores de loterias e até jogadores de futebol que literalmente perderam toda a fortuna que tinham. Muito em função da má-administração de seus recursos.
Porém, praticamente todos sabem que é importante ter um controle sobre as finanças, na teoria. Porém, é na prática que o desafio surge. Por motivos comportamentais, isto acaba sendo deixado de lado. A falta de hábitos e práticas leva muitos brasileiros a não terem conhecimento sobre quanto ganham, quanto gastam e quanto possuem. Para você ter uma noção, de acordo com o Raio-X do Investidor 2024, da Anbima, 52% da população não possui reserva alguma e 71% das pessoas que tiveram gastos superiores às receitas vivem um cenário de alto estresse.
Não há jeito certo ou errado de fazer o controle financeiro, o importante é fazer de maneira constante. Seja um caderninho, uma planilha ou um aplicativo, é importante compreender que estas são ferramentas, e para que funcionem, precisam ser usadas. Os aplicativos são os mais recentes, que surgiram justamente nesta era dos smartphones.
Inteligência Artificial
Com a evolução da tecnologia, novas ferramentas vão surgindo ou ferramentas tradicionais vão se aperfeiçoando. E neste “boom” das aplicações da inteligência artificial, algumas soluções começam a se destacar trazendo uma forma de controle financeiro mais automatizada e auxiliada.
Um dos casos mais interessantes foi o da fintech Olivia. Ela foi uma fintech fundada em 2016 nos Estados Unidos pelos brasileiros Cristiano Oliveira e Lucas Moraes. Utilizando inteligência artificial, a empresa oferecia uma assistente financeira virtual que analisava os hábitos de consumo dos usuários para ajudá-los a economizar e planejar melhor suas finanças. A Olivia chegou ao Brasil em 2019 e, em janeiro de 2020, lançou oficialmente seu aplicativo no país, após receber um aporte de R$ 25 milhões liderado pelo banco BV. Em outubro de 2021, o Nubank anunciou a aquisição da Olivia como parte de sua estratégia para fortalecer suas capacidades em ciência de dados e oferecer soluções financeiras personalizadas aos seus clientes. Com a integração, o aplicativo da Olivia foi descontinuado em 15 de julho de 2022, e suas funcionalidades passaram a ser incorporadas ao app do Nubank. A aquisição da Olivia permitiu ao Nubank aprimorar suas ferramentas de gestão financeira, como a funcionalidade "Organizar Gastos", que categoriza as despesas dos clientes em essenciais, livres e objetivos, auxiliando no controle financeiro pessoal. Essa integração reforça o compromisso do Nubank em empoderar seus usuários com soluções inovadoras e personalizadas para o gerenciamento de suas finanças.
Outro exemplo interessante foi o do GuiaBolso, uma fintech brasileira criada em 2012 com o objetivo de ajudar pessoas a organizarem suas finanças pessoais de forma automatizada. A empresa se destacou ao oferecer um aplicativo gratuito que integrava as contas bancárias dos usuários por meio de Open Finance (antes mesmo da regulação oficial), permitindo a categorização automática de gastos e a visualização clara do orçamento. O aplicativo passou a dar “dicas” para os usuários controlarem melhor suas finanças, a partir do histórico financeiro, utilizando sistemas de inteligência artificial. Em 2021, foi adquirido pelo PicPay, marcando sua integração a um ecossistema mais amplo de serviços financeiros.
Os dois casos anteriores foram adquiridos e integrados por grande fintechs, deixando, num primeiro momento, os usuários “órfãos”. Porém, novas iniciativas começaram a surgir. Um dos exemplos que tem ganhado bastante destaque é o da Magie. Trata-se de uma fintech brasileira inovadora que oferece uma conta digital operada exclusivamente via WhatsApp, utilizando inteligência artificial para simplificar transações financeiras. Fundada por Luiz Ramalho, a empresa busca transformar a maneira como os brasileiros interagem com serviços bancários, tornando-os mais acessíveis e práticos.
Outro caso é o da fintech Jota, uma fintech brasileira fundada em julho de 2024, que oferece uma plataforma de serviços financeiros operada inteiramente via WhatsApp. Seu foco principal é simplificar a gestão financeira de microempreendedores individuais (MEIs), pequenas e médias empresas (PMEs) e profissionais autônomos, utilizando inteligência artificial para automatizar operações cotidianas.
A Fintask, por sua vez, é uma plataforma brasileira de gestão financeira pessoal e familiar, desenvolvida para auxiliar usuários a organizarem suas finanças de maneira prática e eficiente, sem depender de planilhas complexas. A solução usa a IA com foco na experiência do usuário, detectando particularidades de consumo.
Todos esses casos são das fintechs que levam a inteligência artificial para o controle financeiro do usuário. Aqui nem listamos os casos de fintechs que usam da IA em seus processos, como por exemplo em análise de crédito, segurança, seguros, dentre outros, que já são inúmeros casos.
O movimento fintech já trouxe diversas contribuições para os indivíduos, aumentando a inclusão financeira e trazendo concorrências e novas soluções para o mercado, que anteriormente era muito mais concentrado. Nesta nova fase, com a IA, o controle financeiro é quem ganha, podendo transformar um hábito não existente para muita gente em algo rotineiro. Isto contribui, e muito, para o empoderamento financeiro do indivíduo!
Não deixe de conferir a agenda completa da 12ª Semana ENEF. Basta acessar este link.
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