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Setor de cobrança adota IA generativa para prever comportamentos de inadimplência e conceder crédito com maior assertividade

Foto do escritor: FincatchFincatch



A inadimplência continua sendo um dos principais desafios para o setor de crédito no Brasil. Segundo dados de outubro de 2024, levantados pelo Indicador de Inadimplência realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), hoje já são  68,11 milhões de brasileiros inadimplentes, com quatro em cada dez brasileiros adultos (41,23%) negativados no período. 


O cenário é agravado por uma média de R$ 4.846,15 por dívida por pessoa, o que coloca pressão sobre instituições financeiras e empresas que dependem de crédito para crescer, segundo dados do Serasa. A gestão da inadimplência é vista como um dos principais desafios após a concessão de crédito no Brasil por 26,4% dos executivos no país, segundo um estudo da Cinnecta. Para enfrentar essa realidade, empresas estão investindo em IA generativa para não apenas identificar perfis de risco, mas também antecipar comportamentos de clientes e personalizar ações preventivas.  


“A inteligência artificial generativa permite simular cenários de pagamento com base em dados históricos, criar perfis dinâmicos que se ajustam em tempo real e gerar comunicações personalizadas para renegociação ou ajuste de prazos, reduzindo significativamente o impacto da inadimplência nas operações financeiras”, explica Thiago Oliveira, CEO e fundador da Monest, empresa de recuperação de ativos através da cobrança de débitos por uma agente virtual chamada Mia, conectada por inteligência artificial.


Além disso, a IA generativa está revolucionando a criação de conjuntos de dados sintéticos, permitindo o treinamento de modelos preditivos de maneira mais robusta, eficiente e com maior respeito à privacidade dos dados originais. Esses conjuntos, gerados artificialmente, replicam padrões e características presentes nos dados reais, mas sem expor informações sensíveis ou identificáveis. Isso é especialmente útil em setores como saúde, finanças e RH, onde a privacidade é uma prioridade.


Na prática, a tecnologia também possibilita simular cenários complexos ou de difícil acesso no mundo real, como prever a demanda de produtos em mercados emergentes ou analisar comportamentos raros de consumidores. Além disso, a IA generativa se destaca por sua capacidade de fornecer explicações claras sobre os fatores de risco e variáveis mais influentes em seus modelos, facilitando uma interpretação transparente dos resultados. Por exemplo, em um ambiente de crédito, o modelo pode indicar que determinados padrões de comportamento financeiro são mais decisivos na concessão de empréstimos, ajudando as instituições a tomarem decisões mais eficazes e justas.


Essa combinação de respeito à privacidade, geração de dados diversificados e interpretação transparente torna a IA generativa uma ferramenta poderosa para otimizar processos de tomada de decisão em diferentes setores.


“O uso estratégico de IA no combate à inadimplência transforma o risco em oportunidade, permitindo que empresas construam relações mais saudáveis com seus clientes e aumentem sua rentabilidade no longo prazo”, complementa Oliveira.


Com a inadimplência em alta e a necessidade crescente de eficiência nas operações financeiras, o uso da IA generativa se consolida como um divisor de águas para o setor, ajudando a construir um mercado de crédito mais sustentável e seguro.  

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