Entenda como o Bacen usa tecnologias como Drex e Pix por aproximação para contornar a crise fiscal
- Fincatch
- 25 de mar.
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De acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central do Brasil (Bacen) em meados de março, revelou uma projeção de alta para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subindo para 5,66% em 2025. Já para 2026, essa estimativa passou de 4,40% para 4,48%. Além disso, recentemente, a Selic também subiu 1 ponto, indo para 14,25% ao ano. Projeções de aumento da inflação como essa vem fazendo o mercado questionar o papel da instituição financeira, principalmente no sentido de controlar a crise fiscal por meio da inovação.
Para Felipe Negri, CEO do Pinbank, one-stop-bank-provider com um ecossistema completo de soluções financeiras, a tecnologia é a saída para o Bacen não se limitar ao aumento da taxa de juros para conter os problemas econômicos. “Hoje, há ferramentas tecnológicas sustentáveis e eficazes que, se implementadas e aprimoradas, podem contribuir para a movimentação positiva da economia nacional”, afirma.
O executivo ainda reforça que a inovação também é o caminho para a instituição financeira manter a sua autonomia. “O Bacen não deve ficar à mercê dos desafios e ações do governo, mas sim continuar a olhar para uma agenda globalizada, que permita o avanço em áreas priorizadas por entidades e empresas do mundo inteiro”, explica.
Drex e criptomoedas
Um dos principais exemplos de como a digitalização do mercado financeiro é uma das prioridades do Bacen para lidar com os empecilhos econômicos do cenário nacional é o Drex. A moeda digital do banco está em processo de desenvolvimento e deve ser lançada ainda em 2025.
“Mais do que olhar para benefícios como segurança, eficácia e praticidade, esse tipo de tecnologia abre portas para oportunidades inéditas”, afirma Negri. “Essa nova versão do Real tende a trazer um novo framework de conectividade interbancária, além de garantir uma centralização operacional que reduz a dependência de determinados players ou mesmo dê margem para a criação de monopólios”, completa.
Além do lançamento, o especialista também explica que o fomento de discussões de temas globais relevantes, como as criptomoedas, é outro mérito do Banco Central. “Há um movimento global em torno do assunto e a instituição financeira captou a importância disso. Esse debate é essencial em um mundo globalizado como o nosso e não há como perder de vista conversas que também estão acontecendo em outros governos”, pontua.
Pix e educação financeira
Outra tecnologia lançada pelo BC que deve ser incorporada ao dia a dia das empresas nos próximos meses é o Pix por aproximação. A funcionalidade do formato, que é reconhecido como um dos grandes sucessos da instituição financeira, estreou no fim de fevereiro e promete facilitar ainda mais transações instantâneas no território nacional.
Segundo o CEO do Pinbank, a novidade tem tudo para ganhar o mercado rapidamente. No entanto, ele também enfatiza a importância do setor privado e público trabalharem em conjunto para educar os usuários no uso desse tipo de ferramenta.
“Muitas pessoas e empresas, de fato, abraçam inovações como o Pix, mas não necessariamente realizam transações e processos no universo digital de maneira adequada”, alerta. “O WhatsApp, por exemplo, nem sempre é o melhor canal para fazer compor essas operações, sendo alvo de golpes e fraudes em diversos cenários. Portanto, junto da inovação, a educação financeira precisa ser priorizada por todo o mercado, o que também acabará facilitando as ações do Bacen”, conclui.
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