Pix dos investimentos facilita vida de investidores, mas é preciso cuidar da contabilidade

Chamado popularmente de Pix de Investimentos, a funcionalidade que permite uma transferência imediata entre contas de investidores e corretoras deve ser disponibilizada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) até o final deste ano. A nova regra de portabilidade integrará o sistema de pagamentos instantâneos ao mercado de capitais. Mas, o contador Luis Fernando Cabral, especialista em contabilidade para investimentos, alerta que essa é uma maneira eficaz que o governo tem para monitorar a contabilidade.

“Com certeza essa nova funcionalidade irá facilitar muito a vida dos investidores, entretanto, ao mesmo tempo, será preciso estar em dia com a contabilidade porque ficará mais fácil de monitorar as movimentações financeiras e contábeis”, alerta Luis Fernando Cabral, da Contador do Trader. O objetivo da CVM é facilitar as operações financeiras, permitindo mais agilidade na compra e venda de ativos, possibilitando movimentações quase que instantâneas, como é o Pix. “Se, por um lado, será uma maneira de democratizar o acesso aos investimentos, por outro também é uma ferramenta de controle contábil”, ressalta o contador.

As regras e o funcionamento ainda não foram publicados pelo órgão federal, todavia, já se sabe que será preciso solicitar a portabilidade na corretora para onde serão transferidos os investimentos. “É semelhante a como se faz na portabilidade das operadoras de telefone, ou seja, não será preciso preencher formulários nem ficar aguardando aprovações. Tudo será feito de maneira digital, o que ajuda o procedimento ser mais rápido”, diz Luis Fernando. A ideia é justamente reduzir a burocracia para tornar a experiência mais acessível.

O especialista pondera ainda que a Receita Federal (RF) tem ferramentas para monitorar as movimentações financeiras e contábeis digitais. Segundo Luis Fernando, dados do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) podem ser cruzados e operações financeiras são identificadas. “Assim, ficará mais fácil para o órgão identificar operações clandestinas e investidores querendo burlar o sistema e sonegar impostos.”