Radar de Futuros ANBIMA: Conheça as inovações que devem impactar o mercado de capitais brasileiro nos próximos 10 anos
- Victor Barboza

- 28 de ago.
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de ago.

Com o advento das fintechs, o mercado financeiro passou por grandes transformações nos últimos anos. Agora a pergunta que fica envolve quais serão as próximas transformações. Pensnando nisso, a Anbima lançou o Radar de Futuros, uma ferramenta criada para apoiar a inovação, a estratégia e a tomada de decisão no mercado de capitais brasileiro. A partir de um mapeamento estruturado de tendências, o radar oferece uma leitura visual e analítica das principais inovações que devem impactar o setor nos próximos 5 a 10 anos.
O Radar foi Desenvolvido no âmbito da Rede ANBIMA de Inovação, o projeto reforça o papel da instituição como referência na curadoria de conteúdos relevantes para o futuro do sistema financeiro. Ele reúne 50 inovações — entre tecnologias, conceitos e movimentos emergentes — organizadas em seis áreas-chave de transformação. A proposta é oferecer ao mercado um ponto de partida confiável para compreender os vetores de mudança que influenciam modelos de negócio, produtos, processos e regulações.
Os itens foram selecionados com base em critérios de relevância e maturidade, sendo que mais de 90 sugestões foram avaliadas por representantes do setor, e as 50 mais bem pontuadas compõem esta primeira edição.
No âmbito de Transformação digital de produtos e serviços, foram selecionados novos formatos de ativos, estruturas de fundos e serviços moldados pela digitalização e tokenização. Foram listados as seguintes inovações: DeFAI (DeFi com Inteligência Artificial), hedge funds descentralizados, precificação dinâmica para ativos digitais, precificação inteligente de ativos, tokenização de ativos, tokenização de valores mobiliários, web3 para finanças tradicionais, Drex (Real Digital), plataforma híbrida TradFi-DeFi e robo-advisor avançado.
O segundo âmbito é o da Eficiência operacional e processual, com as inovações que otimizam fluxos internos, reduzem custos e integram sistemas com inteligência. As inovações listadas foram: API’s de consolidação de ativos digitais, computação em borda (edge computing), IA Agente, inteligência artificial em borda, contratos inteligentes, DeFi interoperável, oráculo de blockchain, reconciliação contábil automatizada em tempo real, automação robótica e processos no backoffice financeiro, computação em nuvem e Open Finance.
No terceiro âmbito, aparecem as inovações para gestão de risco e inteligência de dados, com tecnologias analíticas e preditivas que apoiam decisões mais seguras e precisas. Os itens selecionados foram: criptografia pós-quântica, criptografia homomórfica, inteligência artificial explicável, recuperação aumentada por geração, computação confidencial, IA para previsão de taxas de juros, modelos preditivos de risco com machine learning, camuflagem de dados, IA para compliance, IA para due diligence.
O quarto âmbito é o de regulação, transparência e compliance, com ferramentas que automatizam obrigações legais e ampliam a rastreabilidade e a confiança. As inovações listadas foram: identidade autossoberana, plataformas de DeFi reguladas, cibersegurança para DeFi, compliance cross-border, custódia institucional com carteiras multiassinatura, detecção de ameaças cibernéticas por IA, detecção de fraudes em tempo real, detecção e resposta estendida, infraestrutura de compliance automatizada e Open Banking.
Na sequência, aparece a temática da sustentabilidade e reputação institucional, com soluções que conectam propósito, impacto e posicionamento estratégico. As inovações listadas foram: finanças regenerativas (ReFi), cálculo de pegada de carbono de portfólios, blockchain proof-of-stake e créditos de carbono tokenizados.
Por fim, a última sessão é a de acesso e engajamento do investidor, com plataformas e experiências que aproximam investidores de diferentes perfis ao mercado de capitais. As inovações listadas foram: passaporte financeiro global, realidade aumentada para dados financeiros, educação financeira gamificada, inteligência coletiva em investimentos e plataformas de co-investimento.
Mais do que listadas, cada inovação ainda foi classificada como conceito, protótipo e produto, em nove níveis. Em conceito, os níveis são pesquisa científica inicial, conceito tecnológico e prova de conceito. Na fase de protótipo, os níveis são testes em laboratório, validação em campo e testes de protótipo. Por fim, na fase de produto, estão os níveis finais demonstração do protótipo, pronto para implementação e totalmente operacional. No momento, os itens mais avançados encontram-se no estágio “pronto para implementação”, que são as inovações open banking, open finance, cloud computing, automação robótica e processos no backoffice financeiro e robo-advisor avançado.
Além disso, foi avaliada a relevância, com uma média a partir da avaliação da ANBIMA para a pergunta “Quão relevante é a seguinte inovação para o futuro do mercado de capitais e investimentos no Brasil?”. Cada inovação ficou numa escala entre muito baixa e muito alta. Os itens com escala mais alta foram IA para compliance, cibersegurança para DeFi, detecção de ameaças cibernéticas por IA, detecção de fraudes em tempo real, e contratos inteligentes.
A ideia da ANBIMA, mais do que antecipar o futuro, é de estimular uma visão estratégica e coletiva sobre o presente. Ao ampliar o olhar para além da tecnologia, incluindo também tendências culturais e comportamentais, a ANBIMA reforça o compromisso com um mercado de capitais mais preparado, competitivo e conectado às transformações em curso.
O radar completo pode ser conferido neste link.




















Comentários