Crédito digital entre brasileiros de 18 a 35 anos cresce e desafia hábitos financeiros tradicionais
- Fincatch
- há 54 minutos
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A análise mais recente sobre o comportamento do consumidor brasileiro evidencia um cenário de transformação entre aqueles que possuem entre 18 e 35 anos, grupo que cresceu em um ambiente conectado por internet, smartphones e redes sociais, o que moldou suas escolhas de consumo e a forma como se relacionam com o sistema financeiro.
De acordo com dados do setor de birôs de crédito, em julho de 2025, a inadimplência entre os consumidores de 18 a 24 anos atingiu 6,48 milhões de pessoas, equivalente a 29,8% da população dessa faixa etária. Entre 25 e 29 anos, o percentual chegou a 52,2%, evidenciando maior exposição ao crédito à medida que avançam na vida adulta. Já na faixa de 30 a 39 anos, a taxa foi de 51,9%.
Esse padrão de comportamento está vinculado ao significativo avanço da bancarização e à adoção maciça de tecnologias digitais. Segundo o Global Findex Database 2025, do Banco Mundial, entre consumidores de 15 a 24 anos, a inclusão financeira cresceu de 36,3% em 2011 para 79,9% em 2021. No mesmo intervalo, a posse de cartão de crédito nessa faixa aumentou de 32,5% para 70,1%. Embora o levantamento internacional utilize um recorte etário específico, os dados de inadimplência do Brasil confirmam que a transformação digital impacta fortemente também os consumidores de até 35 anos.
“Para os mais jovens, o PIX se consolida como o meio natural de transferência de valores, enquanto o relacionamento com instituições financeiras ocorre predominantemente por canais digitais. O contato físico com agências bancárias e o uso de dinheiro em papel são realidades cada vez mais distantes”, comenta Elias Sfeir, presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC).
O executivo lembra ainda que a realidade do crédito no país desafia todas as faixas etárias. “No início de 2025, cerca de quatro em cada dez brasileiros adultos estavam com restrições em seus cadastros. Essa proporção se concentra principalmente entre 25 e 50 anos, período em que as pressões familiares e profissionais se tornam mais intensas. O arco da vida mostra que a inadimplência é resultado de uma combinação entre renda e comportamento, o que reforça a importância de hábitos financeiros saudáveis”, completa.
O quadro atual reforça que os consumidores mais jovens representam um segmento em expansão no consumo e no crédito. Além do letramento digital, a educação financeira é fundamental para o crédito saudável. A familiaridade desse público com o ambiente digital, somada ao aumento do acesso a produtos bancários, cria um cenário em que oportunidades e riscos caminham lado a lado, demandando atenção tanto de consumidores quanto credores para um crédito sustentável.
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