A economia compartilhada deve bater US$335 bilhões em todo o mundo segundo a PwC. No Brasil, uma pesquisa nacional promovida pela Confederação de Dirigentes Lojistas (CNDL/SPC), aponta que 74% das pessoas já utilizaram algum produto ou serviço por meio do consumo colaborativo.
A prática ganhou força com o surgimento de plataformas digitais que permitem o acesso a serviços e produtos duráveis, e altera a relação do consumidor com diversos produtos. Nos últimos anos, por exemplo, há um registro impressionante de startups que chegam ao mercado trazendo opções de aluguel, que vão desde automóveis até brinquedos, como, também, de serviços de acesso ao crédito.
A Turbi, empresa de tecnologia de locação de veículos 100% digital, foi fundada em 2017 e atualmente conta com mais de 3 mil carros na operação, promovendo aluguéis por hora, dias ou mês. “Nós oferecemos uma solução sem burocracias para quem precisa de um carro no dia a dia. Nossos carros estão estrategicamente espalhados em cerca de 400 pontos na grande São Paulo para que as pessoas percebam que têm um carro na garagem sempre que precisarem”, explica o Chief Growth Officer da Turbi, Luiz Bonini.
De acordo com um levantamento do BTG, alugar um carro pode custar, em média, 40% menos do que uma compra por financiamento e 14% a menos que uma compra à vista.
O acesso ao crédito também pode acontecer por meio da compra coletiva. No último ano, o aumento foi de 12% no valor de créditos comercializados em consórcios de automotores, chegando a R$143,96 bilhões em negócios, somando cerca de 1,33 milhões de contemplados, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).
No Klubi, única fintech autorizada pelo Banco Central a operar com consórcios no Brasil, mais de 40% da base de clientes tem abaixo de 30 anos. Na plataforma, o crédito escolhido varia de R$ 50 mil à R$ 200 mil, com prazos de até 100 meses.
“Ano após ano cresce o entendimento do potencial de investimento e planejamento financeiro que os consórcios oferecem, principalmente para auxiliar o consumidor a adquirir um carro para lazer ou trabalho. Além disso, os financiamentos estão se mostrando como uma alternativa cada vez menos acessível, chegando a cobrar juros acima de 3% ao mês, o que favorece a adesão a planos como o consórcio”, aponta o CEO do Klubi, Eduardo Rocha.
Como uma nova tendência, a economia compartilhada pode ser vista em diversos modelos de aluguel de bens, hospedagens e coworkings. Neste sentido, o aluguel de carros por aplicativo se mostra como tendência na opção do consumidor pela experiência e não pelo bem. Um relatório da Deloitte aponta que o gasto com experiências cresceu mais de 5,4% desde 2019, enquanto os gastos com bens de luxo cresceram apenas 2,5%. Por outro lado, o crescimento da busca por consórcios acompanha a demanda por condições mais favoráveis para aquisição de um bem, que também é crescente.
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