Pagamentos móveis e superapps: o que o Brasil pode esperar do futuro digital
- Fincatch
- há 5 horas
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A integração entre Uber e iFood, prevista para o segundo semestre — quando os serviços de uma estarão disponíveis no app da outra — marca a virada dos superapps no Brasil. Durante anos, executivos de plataformas disseram que os aplicativos multisserviços eram “um fenômeno restrito ao mercado asiático, mais maduro do que o nosso”. Agora, parece que o mercado brasileiro amadureceu. A 99, que já agregava a carteira eletrônica 99Pay, relançou o 99Food. Grandes empresas estão incorporando funções aos seus apps, como RaiaDrogasil (compras online e telemedicina), Sem Parar (pagamento de pedágios, combustíveis, estacionamentos, IPVA e seguros) e WhatsApp (mensagens e pagamentos). Compreender o impacto dos superapps no comércio eletrônico exige olhar para mercados onde esse modelo já é uma realidade — como Hong Kong. É exatamente esse o foco do “Guia de Expansão Global para Mercados de Alto Crescimento”, desenvolvido pela Nuvei, fintech canadense de soluções de pagamento.
O Guia de expansão global para mercados de alto crescimento analisa o e-commerce em oito mercados mapeados pela Nuvei: Brasil, África do Sul, México, Hong Kong, Chile, Índia, Colômbia e Emirados Árabes Unidos. Após apresentar os resultados de Brasil e África do Sul, em fevereiro, o relatório agora destaca México e Hong Kong.
As carteiras digitais são o principal método de pagamento no comércio eletrônico em Hong Kong, com 45% do total em 2024 e previsão de chegar a 46% em 2027. Ficam à frente até dos cartões de crédito, que devem aumentar de 42% para 43% no mesmo período. O predomínio dessas duas formas de pagamento está aliado ao meio onde são feitas as compras de e-commerce: em 2024, 63% ocorreram em smartphones (com previsão de 64% três anos depois).
No Brasil, em 2024, as carteiras digitais responderam por apenas 7% das compras do comércio eletrônico e os cartões de crédito, 34%. Quem está crescendo é o Pix, que detém 40% e deve chegar a 51%, em 2027. O Pix é ao mesmo tempo concorrente e aliado das “digital wallets”. O WhatsApp brasileiro, por exemplo, em 2025 abandonou o cartão de crédito e adotou o Pix como formato para os pagamentos no app.
“Hong Kong está se tornando rapidamente uma sociedade sem dinheiro em espécie, embora ainda seja possível encontrar alguns pequenos restaurantes e outros estabelecimentos que não aceitam cartões nem métodos de pagamento digitais”, afirma Alvin Chan, Diretor de Vendas da Nuvei para Hong Kong.
O mercado de carteiras digitais em Hong Kong é dominado por empresas sem origem no setor financeiro: o PayMe (do banco HSBC) é uma exceção entre concorrentes como AlipayHK (criada pelo portal de varejo Alibaba), WeChat Pay (do app de mensagens da Tencent), Octopus Wallet (evolução do vale-transporte local) e Apple Pay (da Apple).
“A integração de diferentes serviços dentro de um superapp é a tendência, por permitir uma experiência mais simples. Nesse momento, empresas que tiveram origem em setores diferentes, como mercado financeiro, rede social, varejo ou mobilidade, estão competindo em torno de um objetivo comum: se tornar o app da vida do cliente”, afirma Daniel Moretto, vice-presidente sênior da Nuvei América Latina.
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