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Pismo, a fintech brasileira comprada pela Visa por US$1 bilhão

Atualizado: 12 de jul. de 2023


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A Pismo é uma fintech brasileira que acaba de ser comprada pela Visa por US$1 bilhão! A venda não só marca a maior transação privada com fintechs brasileiras como também demonstra a importância da tecnologia desenvolvida pela Pismo.


A Pismo tem 7 anos de estrada. Sua caminhada sólida atraiu duas rodadas de investimento, que auxiliaram o processo de crescimento da fintech.

A empresa tem em seu caminho investidores como Redpoint e Ventures, Accel Partners, Amazon, Itaú, Headline Ventures, Falabella Ventures, Softbank e B3.


A fintech desenvolveu uma tecnologia diferenciada e de grande impacto. Ela desenvolveu uma forma de processar as transações em nuvem.


Dessa maneira, instituições financeiras podem rodar sistemas de grande volume de processamento em nuvem, fazendo uma migração de datacenters e mainframes. Isso permite agilidade e facilidade aos sistemas.





Um dos investidores compara o sistema da Pismo ao Nubank, para facilitar o entendimento. Seria uma maneira fácil e rápida para que as instituições financeiras construam uma estrutura como a do roxinho, mas na nuvem.


Hoje, existem apenas algumas soluções como a Pismo ofertadas no mercado. Além da fintech, existem a Fidelity Information Services e a Dock (startup brasileira - como a Pismo). Além das opções, é possível desenvolver os sistemas de maneira interna, na própria empresa, como o Nubank.


Dois dos grandes nomes em instituição financeira estão com a Pismo: o BTG faz o processamento de pagamento de cartões de varejo e o Citi TTS anunciou no meio de junho a parceria.


As operações estão concentradas principalmente nos EUA, América Latina e Europa. Mas já conta com clientes na Índia, Austrália e Ásia.


O volume de operações é bem considerável. São cerca de 80 milhões de contas, 40 milhões de cartões emitidos e um processamento em transações anuais de aproximadamente US$40 bilhões.


O anúncio da transação foi feito através de um comunicado à imprensa e cercado de mistério. Nem a Visa nem os fundadores da Pismo comentaram a operação abertamente.


Os fundadores


Os fundadores da empresa são: Ricardo Josua, Daniela Binatti, Juliana Binatti e Marcelo Parise.


Daniela Binatti fez curso técnico e iniciou na Conductor como estagiária, depois se tornou CTO. Desenvolvedora, Binatti foi quem desenvolveu o sistema que implementou a tecnologia inovadora da Pismo no sistema financeiro.


Ricardo Josua é o principal conhecedor dos detalhes dos sistemas de pagamento. Suas especialidades incluem empreendedorismo, gestão e tecnologia.


Marcelo Parise e Daniela são casados. Parise é gestor dos times de tecnologia - experiência que vem da Conductor, onde desenvolveu seu próprio sistema integrado de gestão empresarial.


Julian Binatti e Daniela são irmãs. Juliana fez faculdade de processamento de dados. Na Pismo, conduz o user experience e trabalha com gestão de produto.


Segundo fontes, além do alto montante, os fundadores devem receber um earnout - que é um valor ou porcentagem adicional acordado em contrato quando a empresa atingir determinados valores ou metas.


Os fundadores trabalharam juntos na Conductor. A Conductor operava dentro da empresa de call center do pai de Josua. A Conductor recebeu um novo nome e passou a ser a Dock - empresa que opera no mesmo mercado que a Pismo.


Após sair da Conductor, Binatti estudou durante 2 anos o mercado mundial e o que havia de novo e mais avançado. A ideia da Pismo ocorreu à Daniela na Califórnia, em Pismo Beach.


A Pismo teve um momento delicado em 2019, quando a empresa quase quebrou. O valor de US$900 mil de 2016 estava quase acabando. Parise e Binatti venderam o carro da família para auxiliar a empresa. E já na segunda rodada de investimentos, em 2021, a fintech atraiu um investimento de US$108 milhões.


A Visa


O objetivo da Visa é se posicionar como empresa de tecnologia. Os negócios da empresa vão além da bandeira de cartões. A aquisição da Pismo é uma marca, pois traz o que há de mais sofisticado em questões de tecnologia.


Aproximadamente um ano atrás, a Visa adquiriu a Tink por US$2,15 bilhões. Tink é uma startup europeia que atua no setor de open banking.

Houve uma tentativa em 2021 de comprar outra startup de open banking, a Plaid, por US$5 bilhões, mas restrições regulatórias acabaram frustrando a transação.


A Pismo recebeu ofertas da também gigante de bandeira de cartões, Mastercard. O objetivo da Mastercard é também se afirmar enquanto empresa de tecnologia.


Brasil


O ecossistema de venture capital pode ganhar um fôlego novo com esse investimento da Visa. No Brasil, apesar da escassez de capital e queda de valuations, o investimento na Pismo pode movimentar a área.


Diferente do que se via até então, a Pismo é muito forte em tecnologia. O que ela demonstra é que, hoje, o mercado brasileiro tem potencial para a criação de empresas com prospecção global.


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