TMB lança operação de tokenização de recebíveis para ampliar crédito e reduzir custo de captação
- Fincatch

- 15 de set.
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A TMB, fintech brasileira especializada em soluções financeiras para infoprodutores, iniciou em agosto de 2025 sua primeira operação de tokenização de recebíveis. O projeto, regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), transforma boletos e Pix parcelados em tokens digitais negociáveis, oferecendo aos investidores pessoa física a oportunidade de aplicar em um produto de renda fixa com lastro real.
Segundo o CEO e cofundador da empresa, Reinaldo Boesso, o movimento inaugura uma etapa estratégica na diversificação das fontes de funding da companhia. “A tokenização é um passo natural para reduzir custo de captação e ampliar o crédito aos nossos clientes. Ao invés de recorrer a empréstimos bancários mais caros, conseguimos oferecer ao investidor de varejo um produto seguro, com retorno acima da média do mercado, lastreado em recebíveis regulados pela CVM”, afirma.
Para Boesso, o Brasil vive um momento de consolidação como referência global em inovação de pagamentos. “Estamos entrando em uma nova etapa, a da tokenização de ativos. Não se trata de criptomoedas especulativas, mas da representação digital de ativos reais, títulos, recebíveis, contratos em uma infraestrutura segura, transparente e regulamentada. Esse movimento ganha ainda mais robustez com a Resolução CVM 88 e com a agenda do Banco Central voltada ao Drex, o real digital”, explica.
Na primeira emissão, a fintech estruturou R$ 10 milhões em operações tokenizadas em apenas um mês, todas em conformidade regulatória. A meta é consolidar um fundo de mais de R$ 100 milhões a partir das próximas rodadas.
Como funciona a tokenização
Na prática, a fintech reuniu uma carteira de R$ 10 milhões em boletos e Pix e emite tokens digitais correspondentes. Cada unidade representa uma fração desse lastro e garante remuneração fixa ao investidor no prazo contratado.
Boesso explica que a segurança da operação vem do vínculo direto com ativos reais. “Diferentemente das criptomoedas tradicionais, que não têm lastro, nossos tokens estão atrelados a recebíveis performados e fiscalizados por um órgão regulador. Isso garante previsibilidade e elimina a volatilidade que afasta muitos investidores”, destaca.
De acordo com Boesso, a tokenização fortalece dois eixos estratégicos. Para as empresas, representa uma nova forma de financiamento, com custo mais eficiente e acesso ampliado à capital. Já para os investidores, surge como alternativa de diversificação de portfólio em um ambiente digital e regulado, com ativos lastreados na economia real.
“É melhor pagar uma taxa competitiva para a pessoa física que aposta na TMB do que arcar com juros e encargos bancários. Esse diferencial nos dá fôlego para oferecer mais crédito e antecipação aos infoprodutores. Em resumo, o investidor ganha retorno atrativo, as empresas acessam capital com mais eficiência e a TMB fortalece seu ecossistema”, afirma Boesso.
Em paralelo, a empresa negocia um FIDC tradicional de R$50 milhões, previsto para setembro, estruturado sobre os mesmos recebíveis de boletos e Pix. O objetivo é equilibrar a inovação da captação pulverizada com instrumentos já conhecidos do mercado institucional. “Já rodamos a primeira emissão e estamos estruturando as próximas. A meta é chegar a R$100 milhões e consolidar esse modelo de captação inovador, que conversa tanto com a agenda da CVM quanto com o Drex, o real digital do Banco Central. Essa estruturação não inviabiliza o projeto da TMB que é captar mais de 100 milhões em fundos tradicionais”, afirma Boesso.
Impacto no cliente final
Com maior volume de recursos, a fintech pretende ampliar a concessão de crédito e antecipação de recebíveis para infoprodutores com tíquete médio elevado. “O impacto direto é no cliente. Com mais funding, conseguimos liberar capital de giro, apoiar lançamentos e oferecer prazos mais competitivos. Isso significa mais vendas fechadas e mais previsibilidade para quem depende da TMB”, explica o CEO.
Boesso reforça que o movimento também posiciona a empresa como pioneira. “Estamos nos preparando para um cenário em que o Banco Central vai popularizar o real digital. Quem estiver pronto para operar nesse ambiente regulado sairá na frente. A tokenização nos coloca nesse grupo de vanguarda”, conclui.




















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