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O Novo Futuro de Bitcoin da B3: Avanço Real ou Passo Lateral?


bitcoin


De acordo com dados da Glassnode, uma das principais empresas de dados no ecossistema do bitcoin, fatores como a expectativa pelo halving e a aprovação dos ETFs à vista de bitcoin, em janeiro deste ano, aumentaram o interesse especulativo dos investidores no mercado de criptomoedas. Para atender ao avanço da demanda, a B3 seguiu a tendência e, nesta quarta-feira (17), iniciou a negociação do contrato futuro de Bitcoin. 


No entanto, apesar do entusiasmo generalizado do mercado em relação ao lançamento do futuro de Bitcoin da B3, baseado na promessa de um ecossistema regulado para o ativo, analistas do Mercado Bitcoin salientam que os benefícios introduzidos pela B3 podem não ser tão inovadores quanto parecem. Afinal, o próprio MB já opera sob rigorosa regulamentação da CVM e do Banco Central em algumas atividades, e está submetido a constantes auditorias e supervisões. Portanto, a vantagem de uma oferta em um ambiente regulado, conforme apresentada pela B3, pode não representar uma vantagem distintiva no cenário atual de criptoativos.


Além disso, a natureza ininterrupta do mercado de criptoativos contrasta fortemente com o calendário operacional da B3, que funciona apenas em dias úteis. Essa realidade do mercado cripto, aliada à conveniência do PIX, oferece aos investidores a liberdade de negociar a qualquer momento, proporcionando agilidade e resposta imediata às dinâmicas de mercado, inclusive aos fins de semana. "A restrição de horário da B3 introduz potenciais vulnerabilidades, principalmente durante eventos críticos que ocorrem fora do seu horário de funcionamento", aponta Fabrício Tota, Diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin. Ele acrescenta: "Por exemplo, na volatilidade do último sábado (13), desencadeada pelo ataque do Irã à Israel, os investidores da B3 estariam impossibilitados de reagir, ficando à mercê do mercado até a reabertura. Nesse contexto, como fica a expectativa desse cliente?"


Vale destacar que exchanges especializadas em criptoativos oferecem maior variedade de investimentos (o MB, por exemplo, disponibiliza mais de 230 ativos, ao passo que a B3 oferece apenas o futuro de bitcoin) e a possibilidade de auto-custódia, considerados aspectos fundamentais para o investidor, que não são oferecidos nos modelos tradicionais de bolsa.


Ainda, é possível reconhecer que a negociação de contratos futuros de bitcoin na B3 pode gerar oportunidades de arbitragem, ampliar o acesso para investidores institucionais e possibilitar estratégias de hedge por meio de posições vendidas - aspectos decididamente benéficos para o mercado. Contudo, as implicações da negociação dentro de um cronograma restrito, as barreiras à custódia livre, a intrincada estrutura dos mercados futuros e estrutura de custos, bem como o possibilidade inerente de que a B3 possa descontinuar o ativo - um cenário já observado em outras instituições financeiras tradicionais que se aventuraram em cripto - são fatores que investidores devem ponderar, de forma cuidadosa, no momento de escolher uma plataforma de investimentos cripto.


“Essa movimentação pode até atrair interesse de investidores institucionais que preferem ambientes tradicionais, como a B3. Em tese, permite estratégias de arbitragem entre o mercado futuro e o mercado spot de criptoativos, além de oferecer a possibilidade de posicionamento vendido em bitcoin – o que pode ser estratégico para hedging e especulação”, destaca Tota. 


“Entretanto, os futuros são produtos complexos que podem envolver custos elevados, especialmente em termos de corretagem em situações de stop compulsório. Ainda, dependem muito de quanta liquidez esse modelo conseguirá atrair, e se será competitivo de fato", finaliza.


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